NOTÍCIA:
MOSCOVO (Reuters) – O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, ordenou que o escritório da empresa de petróleos venezuelana PDVSA em Lisboa, seja transferido para Moscovo, disse na sexta-feira a vice-presidente Delcy Rodriguez, uma medida que visa proteger os activos de seu país.
Moscovo apoiou Maduro na resposta ao desafio político lançado pelo líder da oposição Juan Guaido, que se declarou presidente interino em Janeiro e que é apoiado pela maioria dos países ocidentais.
Rodriguez, explicou a decisão de transferir o escritório da PDVSA numa conferência de imprensa imprensa conjunta em Moscovo com o russo, Sergei Lavrov que afirmou que a Europa mostrou que não é capaz de garantir a segurança dos activos da Venezuela.
Delcy Rodriguez citou a relutância do Banco da Inglaterra em entregar o ouro de seu país como um exemplo, e disse que Caracas está agora determinada a expandir a cooperação com a Rússia.
O movimento do escritório da PDVSA ajusta-se aos planos de expandir a cooperação técnica na extracção de petróleo com as empresas de petróleo russas como a Rosneft e Gazprom, acrescentou ela.
“Vamos fazer investimentos industriais para produzir tudo o que precisamos no nossoem nosso país com a ajuda da Federação Russa”, disse Delcy Rodriguez. “Nós (Venezuela e Rússia) somos parceiros estratégicos.”
A decisão de mudar o escritório para Moscovo veio depois que uma fonte no Gazprombank dizer à Reuters, no mês passado, que iria congelar as contas da PDVSA e suspender as transacções com a empresa, para reduzir o risco da empresa russa ser atingida pelas sanções dos EUA.
Lavrov disse na mesma entrevista colectiva que a Rússia enviou um primeiro carregamento de ajuda médica à Venezuela e que Moscovo também estava ajudando a Venezuela com o fornecimento de trigo.
A Rússia já forneceu até ao momento 64,1 mil toneladas de trigo à Venezuela da temporada de comercialização de 2018/19, mostraram dados da consultoria de agricultura SovEcon, da Rússia, em 18 de fevereiro.
A Rússia acusou os Estados Unidos de tentar engendrar um golpe ilegal para derrubar Maduro, e a perspectiva de ele ser deposto é uma dor de cabeça geopolítica e económica para Moscovo.
A Rússia, como a China, tornou-se um credor de última instância para Caracas, emprestando bilhões de dólares à medida que sua economia implode. Moscovo também tem ajudado a indústria militar e petrolífera venezuelana.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na sexta-feira que não há conversas de momento entre Maduro e o presidente Vladimir Putin. Moscovo empresta dinheiro a Caracas e a Rússia segue a situação de perto.
“Estamos interessados em continuar a cooperação com a Venezuela, especialmente porque muitas de nossas empresas estão trabalhando em grandes projectos por lá”, disse Peskov.
“Esperamos que esses projectos tenham boas perspectivas, que possam ser ampliados e é claro, esperamos que nossos parceiros venezuelanos possam superar as dificuldades políticas e económicas internas que estão enfrentando, o mais rápido possível”.
Tradução de António Pereira
Observatório da Guerra e do Militarismo 
Deixe um comentário